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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

SUSTENTABILIDADE, O FUTURO É VERDE



Com a mão na massa e uma conexão total com a natureza, uma escola de Bali inova ao relacionar na prática o conceito de sustentabilidade ao ensino.


Foto: Carol da Riva
Passeando no campus da Green School, uma escola internacional em Sibang Kaja, na Ilha de Bali, Indonésia, você se imagina explorando o esconderijo de um mundo perdido. Localizada num cenário paradisíaco, todas as construções são feitas de bambu e tijolos de lama e palha. Os caminhos são demarcados por pequenos seixos, o mobiliário é feito de madeira esculpida e velas de barco assumem o lugar das janelas em algumas salas e aula. Entre as classes, árvores enormes, coqueiros, terraços de arroz de todos os matizes de verde sendo traçados por búfalos, jardins floridos e hortas em volta das salas de aula, onde os alunos plantam e colhem vegetais, tomates, pepinos, cana-de-açúcar e cacau. Um ambiente acadêmico ecologicamente saudável onde estudam 272 crianças (dos 3 aos 17 anos de idade) de 47 nações (10% delas balinesas bolsistas), que nasceu do sonho de um canadense apaixonado pelos balineses, John Hardy.
Hardy era daqueles garotinhos que choravam para ir à escola. “Minha escola foi construída pelas mesmas pessoas que ergueram o hospital e o manicômio, com o material. Não era permitido pensar fora da caixa. Eu detestava estudar”, diz. Em 1975, com 25 anos se mandou para Bali, conheceu a sua mulher, Cinthia, e montaram uma pequena joalheria. O negócio cresceu. Ganhou filial em Hong Kong, depois Nova York. Em 2007, vendeu a empresa e se aposentou. Vivia uma vida de rei em Bali, até que sua mulher o convidou para ir ao cinema ver o filme do Al Gore, Uma Verdade Inconveniente. John resmungou, mas foi. “Esse filme arruinou a minha vida. Pensei que, se somente uma parte do que Al Gore disse for verdade, meus quatro filhos não terão a mesma vida que eu tive. Nesse dia, eu decidi passar o resto da minha vida lutando para melhorar as suas possibilidades.”
John apostou na educação. Sonhou com uma escola verde, que ligasse a vida das pessoas ao ensino. Mandou chamar os arquitetos balineses. A escola precisava inspirar e servir de exemplo em cada ato, com o máximo de respeito à comunidade local e aos seus costumes. “Aqui em Bali, ninguém entra de sapato na casa dos outros. Foi essa a metáfora que dei”, diz. Também proibiu o uso de material químico, derivados de petróleo ou madeira nativa. “Como pode uma escola falar sobre sustentabilidade com os alunos sentados em carteiras de madeira, quando essas estão praticamente extintas em Bali?” Foi, então, que pensou no bambu. “Com três meses, o bambu sai da terra e ultrapassa a altura de um coqueiro. Com três anos, pode ser colhido.” E assim fez a escola.
Quem visita a Green School fica encantado com o seu urbanismo, arquitetura, paisagismo e sustentabilidade. O prédio principal, no centro do campus de 8 hectares, é uma imensa estrutura de bambu composta de duas torres em espiral. É o chamado Coração da Escola, onde acontece boa parte das atividades.
O bambu também serve de estrutura para as outras as salas de aula, as traves do campo de futebol, o balanço das crianças, a cesta de basquete, as cadeiras, as mesas e as lousas. Não há pisos nem calçadas. Os alunos transitam de uma sala para outra por passeios de brita e pedras vulcânicas. O espaço não construído é mata ou horta, cultivada pelos alunos. Parte das hortaliças é destinada ao almoço, outra é vendida aos pais.

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