RÁDIO COXIXOLA WEB

sábado, 18 de janeiro de 2020

Pé de Cá dos Holandeses

Em um dia normal, sempre vemos, ouvimos e sentimos muita coisa que acontece nos arredores de nossa cidade, a qual pode ser pequena em tamanho e população, mas é rica em cultura, personalidades, que só aqui existem, historias e historias, dramas, comédias e aventuras. Muitas vezes a historia Oral é a única que prevalece, por vezes sem condições de provas materiais.

Esta de hoje não sei como a enquadrarei, pois tem desde o sobrenatural a historia do Brasil Colonial...

Iniciaremos pela Europa, onde ocorreu uma Reforma Protestante, gerando diversas tensões e reviravoltas políticas passaram a ocorrer. O Brasil, então colônia portuguesa, foi palco para um grande evento, as invasões holandesas.

Que consistiram no maior conflito político-militar do período da Colonização do Brasil. Em 1637, os holandeses conseguiram estabelecer-se no nordeste brasileiro, tendo como governador o príncipe Maurício de Nassau. Isto durante a União Ibérica, iniciada em 1580 pelo rei Felipe II, da Espanha. Essa união foi promovida após a morte do jovem rei Dom Sebastião, ainda hoje é esperado sua volta, na Batalha de Alcácer-Quibir em 1578.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Capitanias_do_Brasil
As disputas entre Espanha e Holanda, que envolvia açúcar também, depois de varias tentativas em outros continentes, os holandeses, entre os anos 1624 e 1625, começaram com a ocupação de Salvador, em 1630, na cidade de Olinda, entre 1637 a 1644, Maurício de Nassau governou a região de Pernambuco e realizou transformações na infraestrutura e no sistema de produção açucareira, nas atividades artísticas e científicas, sobretudo com a vinda de naturalistas europeus, para estudar a fauna e a flora do Brasil. O “Brasil Holandês” teve fim após as “guerras de reconquista”, que caracterizaram o período entre 1645 e 1654.

As invasões holandesas na Paraíba foi em 1634, quando desembarcam ao norte da foz do Jaguaribe e conseguiram vitória sobre as tropas do governador paraibano Antônio de Albuquerque Maranhão. De dezembro de 1634 os holandeses entraram na cidade de Filipéia de Nossa Senhora das Neves e passaram a administra-las até 1645.

Mas falar de Holandeses no interior da Paraíba é uma “heresia na historiografia”, “não há relatos de tal acontecimento”, no entanto nossa pequena Coxixola, quando da instalação das Capitanias Hereditárias no Brasil, que foi estabelecido em 1532, sendo sua implementação só em 1534, não ficava na Capitania de Itamaracá e sim na de Pernambuco.

Explicado isto, voltamos a nossa tentativa de entender mais um pedaço de nossa historia... quando criança, sempre ouvia falar em uma barragem feita pelos holandeses, sem saber nem onde eles moravam. Obras esta que ficava entre os Sítios Vila Seca e Coroa Branca, neste ultimo morava as Marojas, Dona Iaiá, mãe de Expedito Ramos e Odilon, e Dona Sindá (moça velha).


Resolvemos visitar este pitoresco e enigmático local, poderia ser um lugar como qualquer outro, mas já na estrada nos deparamos com uma cruz, fato corriqueiro, no entanto esta é mais uma daquelas que sempre é concertada, colocadas mais pedras em seu entorno, quando quebra, sempre aparece alguém para concertar e até trocá-la por outra mais nova, além de promessas que fazem para a Cruz, elas sempre são cuidadas.

Todas elas tem uma historia, esta especifica, se tratava de um negro que foi capturado e ia sendo levado para a freguesia de Nossa Senhora dos Milagres (Hoje São João do Cariri), em tentativa desesperada de escapar, o negro foi brutalmente morto e ali enterrado. Quem ficou a cruz para um negro, quando não éramos considerado gente? E os milagres que já alcançaram?
Continuamos nossa busca pela localização da obra de engenharia estrangeira, chegamos a um riacho com pequenas cachoeiras, um lugar belo, com imponentes Baraúnas e centenárias Caibeiras, nosso guia, Adeildo Caiçara, ia me falando de que lá se via e ouvia muita coisa de outro mundo, varias historias de caçadas e dos mais diversos barulhos a noite, outras de suas aventuras diárias, para pegar as cabras mais arredias nos penhascos íngremes e sem acesso, por onde elas podiam fugir rápido e tranquilamente...
Ao chegar ao local nos deparamos com apenas uma fração da construção colonial, o que mais impressionavam o nosso guia, era o tamanho das pedras, pois, para ele, homem nesta terra não teria condições de coloca-las ali, o que mais intrigava ele, era como o cal não se desmanchava com toda a água que por ali passou.

Nem os mais antigos proprietários do imóvel sabem quem realizou a obra, segundo um dos herdeiros, Eronaldo, seu avô, Reinaldo, lhe dizia que quando criança, já não haver mais ninguém vivo para contar a historia da barragem.
Além de místico, o histórico local vale uma visita, a beleza do caminho e o prazer da estadia, são incomparáveis.

domingo, 12 de janeiro de 2020

INTIMUS

sábado, 28 de dezembro de 2019

A Volta A Serra 2019

Com a Promessa de restaurar a Cruz de Mimi de Agostinho de Damião Chato, voltamos a Serra do Coró, que fica entre as divisas geográficas dos municípios de Caraúbas-PB e Coxixola-PB...






sábado, 19 de janeiro de 2019

A PARTIR DESSE ANO DE 2019, VAMOS COLOCAR AQUI, FATOS, VERÍDICOS OU NÃO, SOBRE NOSSA COMUNIDADE.



UMA DAS PRIMEIRAS

   Coxixola, hoje, é a 3ª menor cidade da Paraíba, com uma população que quase não ultrapassa os 2100 habitantes, extraoficialmente.

Agora imagine, Coxixola, em 1908, numa tarde quente de novembro... imaginou?

   O seu retrato deverá ter sido, mais ou menos assim, uma rua de barro, duas pequenas “carreias” de casas, com cores brancas e/ou em tons pasteis, portas altas, com a metade superior aberta, 10 ou 20 de tijolos o resto de taipa nos arrebardos, uma igreja em construção no meio, animais transitando tranquilamente pela avenida, algumas crianças se arriscam a brincar de correr, outras com alguns brinquedos confeccionados em madeira de umburana, ou uma simples vara de marmeleiro, decoradas por facas cegas e mãos habilidosas, sevem de cavalos. 3 ou 4 cabeças e meio corpo para fora de portas e janelas, são donas de casa, com olhos de lince e memoria fotográfica em 4K.

   Este quadro bucólico, é destroçado, sonoricamente, por um barulho muito estranho, continuo e volume gradativo, vrum toc toc, vrum toc toc toc, vrum toc toc toc toc, vrumm... de repente, surge, em cima da ladeira na entrada da rua, a Besta Fera, toda vermelha de capa preta, dois grandes olhos em fogo ardente, com inúmeros dentes finos e brilhantes.

   Neste instante, não ficou um pé de menino na rua, todos de olhos arregalados, as lagrimas de quatro em quatro, ou agarrados nas pernas de alguém ou embaixo de suas camas, bateram-se as portas, como se a janelas ganhasse vidas, em suas frestas, dava para ver olhos grandes que mal pestanejavam.

   Seu Zeca, homem de respeito e conhecedor de leitura, sai na porta para ver do que se tratava, logo identifica o cavaleiro do apocalipse que adentrava na rua, exclama ele: ”deixem de besteira, é um carro que se auto-move”, neste momento, mulheres, meninos e homens, pulam cercas, porteiras, rasgam no peito, jurema preta e quixaba, ganham o mato, o pé batia na bunda, pois Dona Maroja, meia moca, não entendeu direito, com as mãos na cabeça, gritou na cozinha que vinha oito ou nove.

   Tratava-se apenas de um automóvel, com motor a explosão, da marca “Decauville”, movido a gasolina ou benzina de farmácia. Ouvindo isto, Dona Nanú correu para a porta, na ânsia de olhar o tão falado automóvel, mas na confusão tropeçou, o objeto em uma velocidade estonteante, cerca de 6 a 7 km/hora, apenas em uma macha, o aniquilador de mundos, transpassou a vila de Coxixola, sem que muitos dos curiosos o visse.

   Dona Nanú foi um deles, uma profunda tristeza e ódio, em dias de calma, desejou apenas, que antes da caibeira da volta, ele pegasse fogo.

  Dizem, que o mesmo não chegou nem avistar a caibeira, tornando mais cinza a cor da caatinga...

   Volta a reinar o silencio na vila de Coxixola, que é quebrado em poucos instantes, por um grito de dor e angustia desesperadora do pequeno João de Preta Cupira, correndo agarrado com sua mão, não tem consolo o menino, quando indagado, apenas aponta, aos prantos, consegue folego para balbuciar: “foi a Besta Fera que deixou aquele bicho no chão que me mordeu, vou morrerrr...”.

  O negro Antoim Jordão, um dos poucos com leitura e comunistas a época, corre para olhar o que é, com o mostro espinhento não identificado, chama Seu Zeca com a garrucha para ver, que animal poderia ser aquele, este também não identifica, simplesmente manda-lhe chumbo quente, ferindo-o mortalmente, porém, o estranho animal, consegue lança vários ovos, ao tempo que exala um cheiro estranho, agradável, mas desconhecido.

  Chamaram o coveiro da vila, seu Antônio Evaristo, para apanhar tudo e colocar num saco de couro, nisso a roda de gente se multiplicava, para olhar o bicho, que não mordia, nem se mexia, mais estava com suas entranhas amareladas exposta, um sangue branco escorria, dezenas de ovos espalhados pelo chão.

  Depois de muito trabalhar para juntar tudo, Seu Zeca manda colocar um banguê, não enterrar agora não, ordena que Antônio Evaristo, junto com mais três de seus cabras, a cavalo, levem a fera para a vila de Caraúbas, pois lá tem um compadre dele, Seu Neves, que entende desses bichos, no entanto recomenda que só mostre em frente a Igreja.

  Ao chegar na venda de Seu Neves, homem letrado, caçador e muito valente, Antônio Evaristo grita em desespero para que o homem venha logo ver um animal que trouxeram de Coxixola, para sua autopsia e identificação cientifica. Ao jogarem o saco no chão, um dos supostos ovos escapa e cai aos pés de Seu Neves, que o esmaga em um só golpe com seu solado da bota, levanta o queixo, coloca as mãos na cintura, cospe de lado.

  “Onde acharam isto? Cabras frouxos!” Indaga o velho sábio, terror das grandes onças nas serras do Monte Alegre, Antônio Evaristo explica tudo.

  Com a ponta de uma vara, de longe, Seu Neves mexe nas entras do mostro, neste momento outra dezena de curiosos já se amontoa no entorno, o velho tenta abrir o animal com as mãos, mas fere o dedo na carapaça esverdeada e espinhenta do alienígena, gritando que ainda estar vivo, cai de costa com o susto, pois tentou morde-lo, homens, mulheres e meninos, que estavam ao redor, desceram o cacete, era pedra, chute, pau de todo tipo, até revólver trouxeram, vinte minutos de linchamento na porta da igreja.

  Com os tiros, o padre acordou, levanta-se rapidamente, correndo, chega no altar, sente um cheiro, com um ar de sorriso no rosto, lembrou-se dos tempos que viverá no seminário, agarrou-se a barra da batina e correu, ao deparar-se com quase metade dos habitantes da vila, vendo que não sobrou mais nada para ele, reclamou em voz alta e autoritária, quase excomungando seus fiéis: “vocês são muito covardes, comeram isso tudo de JACA aqui, na minha porta, num tiveram a coragem de deixar nem um bago para mim, moi de murrinha!”.


Por Genilson B. Brito.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

VI FESTIVAL DE ARTE E CULTURA EM COXIXOLA-PB 2018




Enfim, mais uma edição do
Festival Cultura (Festival de Arte e Cultura em Coxixola-PB), nesta 6ª edição,
realizadas “com a faca nos dentes”, nós,
todos e todas, que realizamos o Festival queremos agradecer aos amigos e amigas,
deste quem amarrou uma tira até quem tirou a última pedra, agradecer aos
Patrocinadores, todos que pouco ou muito nos ajudaram, e especialmente
agradecer aos diversos artista que se apresentaram ou de Graça ou “pela
gasolina”, a eles e elas nosso mais profundo e sincero “Muito Obrigado”.
Este ano tentamos comemorar o
Folclore Nordestino, em suas mais variadas formas de expressão e conhecimento
popular do Nordeste.
Foi um festival que nos mostrará
novos caminhos, novos rumos, como sempre, mais gente conheceu Coxixola e
conhecemos novos amigos e amigas, acho que contribuímos para alguém e recebemos,
enormemente, muita contribuição de todos que aqui estiveram, através de som,
palavra, imagens, etc...
2019 vem aí, não sabemos se vamos
realizar mais um festival! Se formos, esperamos contar com todos e todas mais
uma vez, caso não o seja, que alguém faça acontecer...

terça-feira, 9 de outubro de 2018

A ÚLTIMA ONÇA BODEIRA

ESTRÉIA DIA 02 DE DEZEMBRO DE 2018 ÀS 20h00, NO GINÁSIO POLIESPORTIVO MUNICIPAL DE COXIXOLA-PB.
ESTÃO TODOS CONVIDADOS.

terça-feira, 7 de agosto de 2018

CANTORIA NO SALGADINHO DE CARAÚBAS-PB NA CASA DE GENIVAL TORRES

No último dia 03 de agosto, no Sítio Salgadinho de Caraúbas-PB, com a Organização de Genival Torres e Família, foi realizado um grande encontro de Violeiros, com os Poetas Valdir Teles e Lázaro Pessoa, com a bela apresentação do Poeta Didi das Porteiras.

UM PEQUENO RESUMO DO QUE FOI A NOITE