RÁDIO COXIXOLA WEB

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

ALGO FILTRADO SOBRE SALÁRIO MÍNIMO...

O salário mínimo é o mais baixo valor de salário que os empregadores podem legalmente pagar a seus funcionários pelo tempo e esforço gastos na produção de bens e serviços. Também é o menor valor pelo qual uma pessoa pode vender sua força de trabalho. Apesar de existir em praticamente todos os países do mundo, existem diversas opiniões sobre as vantagens e desvantagens do salário mínimo. Os defensores dizem que ele aumenta o nível de vida dos trabalhadores e reduz a pobreza. Os opositores dizem que, se for alto o suficiente para ser eficaz, ele aumenta o desemprego, especialmente entre os trabalhadores com pouca produtividade (devido à inexperiência ou deficiência), prejudicando assim os trabalhadores menos qualificados para o benefício dos mais qualificados.

Curva de oferta de trabalho.

O número de trabalhadores no mercado é normalmente considerado diretamente proporcional ao salário oferecido. A medida que o salário aumenta a oferta de trabalho aumenta. Esta relação é tradicionalmente ilustrada em um gráfico com o salário no eixo vertical e a quantidade de trabalho no eixo horizontal. A curva de oferta de trabalho tem a tendência a aumentar em função dos dois, com base sempre no que foi relatado acima.

Essa tendência é baseada na premissa de que, se o salário for suficientemente baixo, o trabalhador prefere não trabalhar. A medida que o salário aumenta o trabalhador prefere trocar seu tempo de folga por tempo de trabalho. Isso é representado na curva de oferta caminhando para cima a medida que o salário aumenta. É importante entender que o valor do salário não altera o formato da curva.

Outras variáveis podem causar uma mudança no formato desta curva. Por exemplo, trabalhadores em todos os níveis de salário aceitariam salários menores se houver uma queda no custo de vida. Isso é representado por uma translação da curva inteira de oferta de trabalho para esquerda.

Curva de procura de trabalho

Oposto a curva de oferta de trabalho, a curva de procura de trabalho varia inversamente com o salário. Isso é representado pela curva que cai da esquerda para direita no gráfico ao lado. A medida que o preço do trabalho aumenta é suposto que empresas vão contratar menos funcionários. A curva também varia inversamente com o número de funcionários contratados. Isso vem do princípio que a produtividade de um funcionário cai proporcionalmente ao número de funcionários contratados. Segue este princípio a frase "tem cozinheiros demais na cozinha". É importante entender que o valor do salário não altera o formato da curva.

Outras variáveis podem causar uma mudança no formato desta curva. Por exemplo, uma empresa pode decidir contratar mais funcionários em todos os níveis de salário se houver um aumento do preço do produto fabricado por ela. Isso é representado por uma translação da curva inteira para a direita.

Curva de oferta e procura de trabalho

As curvas de oferta e procura de trabalho podem ser desenhadas no mesmo gráfico. Isso nos permite examinar os possíveis efeitos do salário mínimo. Quando as duas curvas se encontram (o ponto de equilíbrio) a oferta de trabalho é a mesma que a procura de trabalho. Neste ponto se estabelece o valor "natural" do trabalho no mercado.

De acordo com o modelo, um nível de salário maior no mercado imposto por um salário mínimo, aumentaria o número de trabalhadores dispostos a trabalhar por este valor. Isso também diminuiria o número de trabalhadores que as empresas estariam dispostas a contratar. A diferença do número de contratados e dos que querem trabalhar por este valor é o que chamamos de desemprego. Em conclusão se o salário mínimo for maior do que o preço natural isso pode aumentar o desemprego.

Críticas do modelo clássico

Uma visão alternativa é tratar o mercado de trabalho de baixa renda como um mercado de competição monopsonista. Neste tipo de mercado o comprador (o empregador) tem muito mais poder do que o vendedor de trabalho (o trabalhador). Neste caso o trabalhador pode aceitar um salário bem abaixo do verdadeiro valor de seu trabalho. Seguindo este modelo, um salário mínimo que força o empregador a pagar salários mais próximos do verdadeiro valor de equilíbrio, causaria ao mesmo tempo um aumento de renda e a redução do desemprego. O salário mínimo ideal é o valor marginal de produtividade do trabalhador, sendo o maior salário mínimo que não causaria o desemprego.

Esta visão não depende de argumentos puramente ideológicos a favor do salário mínimo. Ela enfatiza o salário mínimo como sistema de regulação do mercado, que visa combater o truste e a combinação de preços. É comum que os críticos do modelo monopsonisto de trabalho argumentem que não existe a combinação de salários entre empregadores, e que o salário mínimo seria o único fator anticompetitivo no mercado. Porem o desequilíbrio de poder no mercado, que justifica o modelo monopsonisto, não depende da combinação de salários entre empregadores. Outros fatores como a segmentação, imobilidade, custo de informação e fatores pessoais tornam o mercado de trabalho demonstrativamente não competitivo.

Por exemplo, o modelo de competição perfeitamente elástica estipularia que o mesmo trabalho, na mesma função, teria o mesmo valor em qualquer lugar do mundo (conhecido como a lei de preço único). Isso porque se oferecerem salários maiores para trabalhadores rurais em São Paulo por exemplo, o trabalhador do Acre que ganha menos, poderia se mudar para São Paulo imediatamente. Isso causaria uma falta de mão de obra no Acre, o que aumentaria o preço do trabalho no local, eventualmente igualando o preço do trabalho do Acre e o de São Paulo. Porem, na realidade o trabalhador do Acre encontraria um número de obstáculos financeiros, burocráticos e pessoais para se mudar para São Paulo. Estes obstáculos de mobilidade impedem a realização da lei de preço único do trabalho.

O modelo de competitividade perfeita estipula uma relação linear entre o valor do salário e a disposição do trabalhador de vender seu tempo vago em forma de trabalho. Esta relação é bem representativa para setores de trabalho com alta renda, mas não representativa de setores de baixa renda. Isso porque não leva em consideração necessidades básicas do ser humano, como a necessidade de se alimentar. Na realidade o mesmo trabalhador rural do Acre, se vendo impedido de mudar-se para um local com maiores salários, poderia se ver forçado a aceitar trabalho pelo preço da alimentação básica, independente do verdadeiro valor do seu trabalho.

Debate sobre as consequências

Para os marxistas, o salário mínimo visa à proteção do trabalhador contra ao que consideram exploração do capitalista, em virtude da exploração da concorrência pela oferta de mão-de-obra. Para economistas da escola keynesiana, o salário mínimo também providencia estabilidade e crescimento econômico, porque canaliza o circulamento de dinheiro para a parte da população com a maior probabilidade de gastar.

Segundo muitos economistas neoclássicos, o salário mínimo consiste em um entrave para a contratação de trabalhadores e gera desemprego estrutural, porque salários artificialmente inchados pelo Estado fazem com que a demanda por mão-de-obra se reduza, ocasionando uma redução do emprego. Desse ponto de vista, o salário mínimo é considerado um mal, mas esta concepção não toma em conta possíveis efeitos benéficos no plano económico, como o incentivo ao aumento da produtividade e ao investimento, em alternativa à concorrência pelos baixos salários.

Nos países onde há inflação considerável, o salário mínimo é reajustado mais frequentemente; uma crítica comum dos trabalhadores é que os aumentos de salário não acompanham a inflação.

Fonte: Aurélio Conrado

Reajuste

Um dos pontos abordados pela votação do Orçamento da União é o reajuste do salário mínimo. O reajuste busca sempre cobrir a variação da inflação do ano que passou e acrescentar um pouco mais, a variação do PIB relativa ao ano que passou (uma forma de distribuir as riquezas). A história mostram que esta regra de reajuste vinha sendo proposta a varios anos, mais nunca implementada de fato.

Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Sal%C3%A1rio_m%C3%ADnimo

A Questão do salario e Desigualdade e distribuição de Renda e Riqueza

Historicamente, os países da América Latina possuem grande concentração de renda e um alto grau de pobreza. Este fato levanta muitas interpretações e análises. O ressurgimento do tema da distribuição de renda vem de encontro à crescente desilusão com as reformas liberais implementadas nos anos noventa no continente. Se proponhe que a metodologia de análise dos padrões de distribuição de renda siga a economia política clássica e a abordagem estruturalista latino-americana, enfatizando a interdependência mútua entre estrutura econômica, instituições – destacadamente as relações de poder – e distribuição de renda. Nesta abordagem, o nível de ocupação desempenha papel importante tanto sobre a pobreza quanto sobre a distribuição. Assume-se que a renda de um indivíduo (ou domicílio) reflete a posição econômica e política relativa de sua classe social e a distribuição de renda nacional é moldada pelas diferenças relativas dessas posições.

Nos anos noventa, grupos no poder dos governos do Brasil e de outros países da América Latina implementaram ampla abertura externa adotando o pacote de medidas sugerido pelas instituições “multilaterais” como o FMI e o Banco Mundial, seguindo o receituário neoliberal chamado Consenso de Washington. O frágil balanço de pagamentos destas nações foi sustentado por políticas restritivas e privatizações em massa usadas para atrair novos investimentos de residentes nacionais e estrangeiros. Claramente, os grupos cosmopolitas e dolarizados do capital financeiro foram beneficiados por estas políticas e fortaleceram sua posição no comando da economia. No Brasil, essa política econômica conservadora acarretou numa redução na participação dos assalariados formais na população economicamente ativa e um aumento da renda dos rentistas e profissionais/ executivos em relação à dos trabalhadores formal e informal. A elevada taxa de juros dos títulos públicos aumenta o custo de oportunidade de capital e deprime o gasto público real. Assim, considerando ainda a estrutura regressiva de impostos e a alta concentração dos títulos públicos, a taxa de juros brasileira é um fator essencial para a concentração da renda. A extensão da aposentadoria para os trabalhadores rurais, a elevação do poder de compra do salário mínimo real e o programa Bolsa Família contribuíram para diminuir a pobreza, especialmente no Norte e Nordeste, entretanto, não obtiveram ainda um impacto significativo no Índice de Gini e, portanto, na desconcentração de renda no tamanho esperada.

Analisando a história dos países latino-americanos percebemos que, quando um período de grande crescimento econômico é atingido, não apenas a pobreza mas também a distribuição tornam-se menos desiguais. A razão mais provável para este fenômeno é a de que a expansão formal do emprego. Defende-se, assim, a promoção do crescimento econômico com criação de empregos formais, configurando uma política econômica a favor das classes trabalhadoras e em franca oposição aos mecanismos de distribuição perversa de renda, como carga tributária regressiva, juros altos, depressão do investimento público etc. É intoleravel admitir que o decil mais rico da população abocanhe quase a metade do produto nacional. Por isso, a distribuição muito mais igualitária da renda terá de ser o principal objetivo para todas as tomadas de decisões com relação as política para este setores.