Em
determinado momento da história, no final do século XIX, com a campanha
republicana ganhando cada vez mais força, D. Pedro II, em uma atitude
desesperada, passou a distribuir títulos e "mesadas” para conter o avanço dos
partidários à mudança de regime. "Um ponto característico da monarquia
brasileira era a política de favores, incluindo a distribuição de títulos de
nobreza (de barão a duque), condecorações (Ordem de Cristo, do Cruzeiro, da
Rosa e etc.), cargos públicos (só para os católicos e apadrinhados) e até
tratamentos de Excelência e Senhoria. Por trás dos panos, muito dinheiro e
corrupção", informa a historiadora Lilia Moritz, na obra "As barbas do
Imperador”.
É
a mesma necessidade de governabilidade que José Dirceu tentou para equilibrar o
governo num mar de raivosas oposições. As "mesadas” distribuídas aos deputados
são cópias das benesses concedidas por Dom Pedro II. "Tudo como dantes em casa
de Abrantes”. Mais tarde Beth Carvalho recomendou aproveitar, pois: "se o Braz
é tesoureiro a gente acerta no final”. Embora condenável a corrupção é um
processo endêmico na nossa história, desde as "capitanias hereditárias”.
Os
ingênuos e os manipulados são levados a crer que o dinheiro do "mensalão” saiu
dos cofres públicos, do bolso de cada um. Mas não! Os recursos do "valerioduto”
vieram de empreiteiras e outros patrocínios. Isto é atestado pelas sentenças do
STF. As condenações são por corrupção (ativa e passiva), lavagem de dinheiro e
formação de quadrilha. Não há nenhuma menção ao peculato.
No exterior?
Dizem
que o Ministro Barbosa, presidente do STF vai fazer um tratamento médico no
exterior. Como perguntou a direita, recentemente, ao Presidente Lula, quando do
tratamento do câncer em um hospital norte-americano: "por que não faz pelo
SUS?”.
Por: Antônio Mesquita Galvão, Doutor em Teologia Moral.
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