As mulheres contribuiriam muito mais na luta pela extinção dessa chaga da humanidade se lhes fossem confiados mais direitos.
O número de famintos, segundo a FAO, saltou de 860 milhões para um
bilhão e duzentos milhões. Não pela falta de alimentos, já que sua
produção supera o crescimento da população mundial. Mas pela sua
desigual e injusta forma de distribuição: 20% da humanidade dispõe de
80% dos meios de vida, enquanto os outros 80% deve se contentar com
apenas 20% deles.
Fotografia de Douglas Mansur |
Entre outros fatores analisados em seu artigo A fome: desafio ético e político, (por favor leiam e reflitam) Leonardo Boff
aponta que a fome resulta também do desconhecimento da função das
mulheres na agricultura. Segundo a avaliação da FAO, são elas que
produzem grande parte do que é consumido no mundo: de 80% a 98% na
África subsaariana, de 50% a 80% na Ásia e 30% na Europa central e do
leste. Não haverá seguridade alimentar sem as mulheres agricultoras,
caso não lhes for conferido mais poder de decisão sobre os destinos da
vida na Terra.
Elas representam 60% da humanidade. Por sua natureza de
mulheres, são as mais ligadas à vida e à sua reprodução. É inaceitável
que, por serem mulheres, se lhes neguem os títulos de propriedade de
terras e o acesso aos créditos e a outros bens culturais, assim como o
acesso aos conhecimentos técnicos que trazem melhorias à produção
alimentar. A segurança alimentar e o combate à fome também passam pela
garantia de direitos às mulheres do campo.
Fonte: Artigo de Leonardo Boff, publicado pela Adital, em 29/10/12
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Este comentário será analisado e publicado, mas se vier causar dano ou calunia a outro ou não for conveniente com nossa política de comentários ele será esquecido. Pedimos que não falte com respeito as pessoas lembradas nesta matéria, nem com outras que poventura não estejam aqui inclusas, se utiliza da ética, moral e verdade. A responsabilidade deste comentário é totalmente sua.