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sábado, 7 de maio de 2016

Semana da parteira estimula debate sobre o alto número de cesárias

Relatos de diversas experiências sobre o parto mostram a necessidade de se repensar a lógica imposta no Brasil
Parto domiciliar da advogada Renata Versiani, 36 anos - Créditos: Arquivo pessoal/Natália Brasil
Parto domiciliar da advogada Renata Versiani, 36 anos / Arquivo pessoal/Natália Brasil


“Eu estava falando com duas amigas agora, quando você ligou. Que coincidência! É que, depois do nascimento da América, eu virei uma militante do parto humanizado”, disse aos risos a mineira Renata Versiani, de 36 anos.
Ela conta que, há um ano e meio, teve a experiência mais empoderadora de sua vida: a chegada da filha, nascida em um parto domiciliar. A advogada entrou em contato com o parto humanizado, uma proposta de modelo alternativo centrado na autonomia da mulher As intervenções são feitas apenas quando necessárias, durante a gravidez. A princípio, a ideia de ter América em casa assustou seus familiares e foi contra-indicado por seu ginecologista, que a acompanhava há mais de 15 anos.
Mesmo assim, ela procurou equipes que incentivassem o parto humanizado em Florianópolis (SC), onde morava. Foi então que ela conheceu a parteira mexicana Naolí Vinaver, da rede Ama Nascer, que a acompanhou durante a gestação, em cursos, até o pós-parto. “Inicialmente, eu duvidava da minha capacidade de parir naturalmente. Mas o contato com a parteira é empoderador. Ela mudou minha concepção de parto, que antes eu considerava algo perigoso e até mesmo horrível”, disse.
“América quer chegar ao mundo! Venha, ela nunca esquecerá as mãos que a receberam!”, disse Vinaver a Jonathan, companheiro de Renata.
Foram dois dias de trabalho de parto e 30 horas de contrações. Durante todo este período, ela foi auxiliada pela parteira, que participou de maneira ativa, acalmando e acolhendo Renata. Ela também pode contar com o apoio de sua irmã, Cinthia.
“Quando a gente vai no hospital e vemos as mulheres receosas e com medo, não fazemos ideia de quão lindo é um parto. Claro que existe dor, mas, ao mesmo tempo, é um momento de comunhão. E existe toda uma energia, quase sagrada. Nunca vivenciei uma coisa parecida na minha vida”, relembra a advogada.
América só visitou o pediatra depois de um mês. “Se eu tivesse ido para o hospital, que não prioriza a autonomia da mulher, eles teriam me roubado a oportunidade de viver o momento mais bonito da minha vida”, apostou.
                                                                                                              PARA CONTINUAR LENDO...

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