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terça-feira, 19 de abril de 2011

O ADEUS DE FIDEL

O GRANDE LÍDER FIDEL CASTRO RENUNCIA A CARGOS NO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA

O ex-presidente e o líder histórico da revolução cubana contra os EUA, Fidel Castro, afirmou que abriu mão de qualquer cargo no Partido Comunista, partido político cubano. Fidel, 81 anos, anunciou nesta terça-feira sua renúncia após 49 anos à frente do poder em Cuba. Fidel, que não aparece em público desde que foi submetido a uma cirurgia intestinal, há cerca de um ano e meio, disse que não aceitará cumprir um novo mandato na Presidência após a reunião do Parlamento cubano, prevista para o próximo domingo (24).

"Meu desejo sempre foi cumprir minhas tarefas até o meu último suspiro", escreveu Fidel em uma carta publicada nesta terça-feira no site na internet do jornal "Granma". "No entanto, seria uma traição à minha consciência assumir uma responsabilidade que exige mobilidade e dedicação que não estou em condições físicas de cumprir", escreveu.

O anúncio de Fidel coincidiu com o 6º Congresso do PC cubano, que realiza-se no país.

Em sua coluna Reflexiones publicada no site oficial Cuba debate, Fidel afirma que seu irmão, o presidente Raúl Castro, sabia que ele não aceitaria mais qualquer cargo no partido: 'Funções que, como se sabe, eu deleguei quando fiquei gravemente doente. Nunca tentei e nem podia exercê-las fisicamente, mesmo quando havia recuperado consideravelmente a capacidade de analisar e escrever'', afirmou.

A renúncia abre caminho para que seu irmão, Raúl Castro, 76, implemente reformas no país. Ele assumiu interinamente o poder depois que Fidel adoeceu, em 31 de julho de 2006.

Ao fim de sua mensagem, Fidel se refere ao processo político cubano, e afirma que conta "com a autoridade e a experiência para garantir plenamente a sua substituição". Na carta, ele diz que não retornará à Presidência do país e que seu irmão Raúl será o novo presidente.

Fidel afirma no texto que há ''companheiros que, por seus anos ou por sua saúde, não poderiam prestar muitos serviços ao partido, mas Raúl pensava que seria muito duro exclui-los da lista de candidatos. Não hesitei em sugerir que não se exclua esses companheiros de tal honraria, e acrescentei que o mais importante era que eu não aparecesse nessa lista''.

A decisão de Fidel foi informada horas depois de o Partido Comunista ter anunciado um plano de reformas econômicas com as quais Raúl Castro pretende ''atualizar'' o modelo socialista do país.

As mais de 300 iniciativas apresentadas no congresso incluem reforma agrária, desburocratização da administração pública - com a redução do setor e a amplição de direitos cedidos à inciativa privada, como, por exemplo, o direito ao autoemprego.

Algumas destas medidas, na prática, já estão em vigor há alguns meses.

Uma das medidas mais importantes anunciadas no congresso é a de que, pela primeira vez desde a revolução de 1959, cubanos poderão comprar e vender seus imóveis.

Nos últimos 50 anos, só era permitido passar propriedades para os filhos ou trocá-las. Raúl Castro alertou que a concentração de terras não será permitida, mas nenhum detalhe do novo sistema foi divulgado.

Durante o congresso, Raúl Castro também disse que altos cargos políticos serão limitados a dois mandatos de cinco anos e prometeu o 'sistemático rejuvenescimento' do governo.

Ele disse que a liderança do partido precisa de renovação e que deveria se submeter a uma severa auto-crítica.

A proposta é sem precedentes para o comunismo cubano. A mídia estatal também informou que os integrantes do partido votaram por uma nova liderança, mas os resultados não foram imediatamente divulgados.

Repercussão nos EUA

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou nesta terça-feira que a renúncia de Fidel "deve ser o começo da transição democrática em Cuba", olha quem estar falando em democracia, vale lembrar do processo de sua reeleição e dos motivos de atacar o Iraque.

"A comunidade internacional deveria trabalhar com o povo cubano para começar a construir instituições para a democracia", disse Bush na entrevista coletiva que ofereceu em Kigali, capital de Ruanda.

No entanto, o subsecretário de Estado americano, John Negroponte, disse que a suspensão do embargo imposto pelos EUA a Cuba não deve ser imediato.

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