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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Emissão de gás carbônico em nova fronteira agrícola do Cerrado ainda é desconhecida


O DESMATAMENTO É A PRINCIPAL CAUSA DA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL DA REGIÃO

Os efeitos do desmatamento na nova fronteira agrícola do Cerrado - formada pelo Maranhão, Tocantins, Piauí e pela Bahia - são menos conhecidos e estudados pela ciência do que em outras áreas do bioma. Os quatro estados formam a parte norte do Cerrado, batizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) como Matopiba. Imagine como deve de estar a Caatinga em meio a tudo isto.

O Laboratório de Ecologia e de Ecossistemas da Universidade de Brasília (UnB) está fazendo um levantamento sobre os artigos científicos que tratam do estoque e fluxo de carbono, e também de nitrogênio e fósforo - elementos químicos importantes para a incorporação de carbono na vegetação. Das 105 localidades estudadas, apenas três estão no Matopiba; 54 em outras áreas do Cerrado; 20 na Amazônia; 13 nos Pampas; 12 na Mata Atlântica; e quatro na Caatinga. 

O dado é preliminar e diz respeito a 91 artigos científicos levantados até agora, mas indica que há menos conhecimento sobre os efeitos da degradação ambiental na região que, segundo o Ministério da Agricultura (Projeções do Agronegócio 2010/11-2020/2021), deverá assistir nesta década a um avanço na produção de algodão, frango, carne bovina e soja, além de celulose e papel. 

O motivo da atração pelo Matopiba é o preço das terras, mais baratas do que, por exemplo, áreas de Mato Grosso e de Goiás, onde já há intensa atividade agropecuária. 

Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia foram responsáveis por 65% do desmatamento do Cerrado verificado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) entre 2009 e 2010, o equivalente a 4,2 mil quilômetros quadrados. O bioma é um dos mais ameaçados do país. Em 2010, já havia perdido 48,5% da cobertura original - cerca de 1 milhão de quilômetros quadrados. O desmatamento é a principal causa de emissão de dióxido de carbono no Brasil, que provoca a diminuição da camada de ozônio e as mudanças climáticas. 

O impressionante é que os grandes produtores ainda querem derrubar mais e mais, acham pouco a devastação e querem mais área, se voltarem os olhos para suas propriedades irão ver que ela terá área a serem recuperadas, mas querem alterar o código florestal, diminuindo ainda mais as áreas de margem de rio por exemplo. 

De acordo com a coordenadora-geral de Gestão e Ecossistemas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Mercedes Bustamante, também professora do Departamento de Ecologia da UnB, a exploração do Cerrado ao Norte poderia ser diferente da que se fez na parte ao Sul, mas por enquanto não há uma “cesta de incentivos positivos” para evitar o desmatamento incontrolado, como a dedução de encargos, os incentivos tecnológicos para o aumento de produtividade e o pagamento de serviços ambientais. 

O pesquisador do Laboratório de Ecologia de Ecossistemas da UnB, Alexandre de Siqueira Pinto, explica que a destruição da vegetação no Cerrado é fundamental para o regime de chuvas e mesmo uma área não degradada pode sentir os efeitos da destruição. Ele lembra que o desmatamento diminui a capacidade de absorção da água pelas plantas, o que reduz a evaporação, afetando o ciclo hidrológico e a capacidade de absorção de carbono. “O carbono não existe independentemente de outros fatores”, salienta. 

Aqui no nosso cariri estamos vendo algumas mudanças, este ano choveu igual ao brejo paraibano, o lucro foi pouco e ainda os produtores estão se queixando, por exemplo, do ataque de carrapato nos rebanhos de ovinos e a infestação nunca antes vista nos bovinos. 

Fonte Base: Globo Rural On-line

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