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quarta-feira, 1 de junho de 2011

O ADEUS A MAIS UM FILHO


A migração nordestina, teve grande relevância na história da migração no Brasil desde a época do Império de D. Pedro II. Com o início do Primeiro Ciclo da Borracha em 1879, os nordestinos migraram para a Amazônia, fato que se repete com o Segundo Ciclo da Borracha durante a Segunda Guerra Mundial. Com o auge da industrialização no Brasil, entre as décadas de 1960 e 1980, a migração nordestina para a região Sudeste, em especial aos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, foi intensa. As capitais destes estados tornaram-se "terras de oportunidades".


Devido principalmente ao problema da exploração social e do trabalho na economia rural nordestina, relacionada e eventualmente justificada pela seca, somados com a grande oferta de empregos de outras regiões principalmente nas décadas de 60, 70 e 80, em especial na região Sudeste, verificou-se um pronunciado fluxo migratório de parte da população nordestina para outras regiões do país.


Na Década de 1990, entretanto, devido às crises econômicas e à saturação dos mercados de várias grandes cidades, surgiu um problema generalizado de aumento do desemprego, de queda da qualidade da educação e redução gradativa da renda (aliada a sua histórica distribuição desigual). Isto fez com que parte da população de origem nordestina e de seus descendentes, os quais antes haviam migrado pela falta de recursos, mantivessem uma baixa qualidade de vida. Por causa da visão espelhada nas décadas anteriores, o falso ideal imaginário que se formou em relação à região Sudeste é da promessa de uma qualidade de vida melhor, de fácil oportunidade de emprego, salários mais altos, entre outros; iludido por esse sonho, quando um nordestino migra para o Sudeste em busca de uma melhoria na qualidade de vida, acaba encontrando o contrário, além de sofrer preconceito social no dia-a-dia.


Com a melhoria estrutural de outras regiões do Brasil, somada aos problemas que surgiram nas grandes cidades por causa da superpopulação, a migração nordestina diminuiu consideravelmente. Apesar de o Rio de Janeiro e São Paulo continuarem sendo importantes pólos de atração, a migração "polinucleada" tornou-se mais evidente.


Nos últimos anos, o movimento tradicional de emigração tem reduzido ou até se invertido na região Nordeste. Segundo o estudo "Nova geoeconomia do emprego no Brasil", da Universidade de Campinas (Unicamp), os estados do Ceará, Paraíba, Sergipe e Rio Grande do Norte receberam mais migrantes entre 1999 e 2004 do que enviaram para outras regiões. O estado da Paraíba, segundo a mesma pesquisa, foi o exemplo mais radical da transformação por que tem passado os padrões migratórios na região: inverteu o padrão migratório do saldo negativo de 61 mil pessoas para o saldo positivo de 45 mil. Os estudiosos, em geral, concordam que os movimentos migratórios continuam intensos, sendo que não mais se dirigem quase que exclusivamente à região Sudeste, mas sim se concentram em direção às metrópoles nacionais nordestinas, como Fortaleza, Salvador e Recife.


O fluxo migratório teve substancial redução com os investimentos do governo federal na região, que de fornecedora de mão-de-obra passou a empregá-la.


Mas isso não ocorre em Coxixola - PB, que vai à contramão da história, pois enquanto a Paraíba traz seus filhos, Coxixola parece ser de outro país. Esta semana mais um de seus filhos foi buscar trabalho no Estado de São Paulo, Gilmar de Gino, como é mais conhecido, chegou à terra da garoa para trabalhar esta semana, que Deus o proteja nesta nova etapa da vida, não é só sua mãe que chora, mas todos que querem ver uma Coxixola melhor também o fazem copiosamente.


Enquanto a administração acumula dinheiro público nos cofres do Banco do Brasil, não trata os seus de igual forma, a desigualdade social ainda é grande, um jovem promissor como Gilmar, com um intelecto incrível, foi mais uma vitima da educação defasada de Coxixola, por não ter condições de estudar em escolhas particulares, como alguns, não consegui êxito no vestibular, talentoso como ele o é, tentou ficar no seu torrão levando a sua cultura como musico, mais não conseguiu, tentou em outras áreas, mais não tinha espaço, desesperado parte para o desconhecido com um sonho de voltar a terra que nasceu.


O que a administração de Coxixola pensa? Acha que todos têm recursos para pagar diplomas para seus filhos?


Uma terra como a nossa não pode mais deixar seus filho irem lutar de forma desigual em outras arenas, vamos pelo menos treiná-los ou dar condições para isto. O que falo aqui não é difícil, já que não tem lugar para ele aqui, que o treine ou lhe condicione para tal e que lute no perverso mercado capitalista de igual patamar. Mas esse irmão foi jogado a sorte, outra vez, nestes novos tempos, um filho de nossa terra parte deixando saudades e uma enorme indignação e um terrível sentido de incapacidade.


Vamos levantar uma bandeira dentro de Coxixola, de não deixar nossos filhos saírem, se estes o fizerem que o façam capacitados, treinados, profissionalizados, para brigarem por seus lugares nos mercados Brasil a fora e no da vida. Boa Sorte Jovem Gilmar.

2 comentários:

  1. Entendo que coxixola tem que pensar seriamente em programas de geração de emprego e renda para que mais jovens não abandone sua terra natal,também tenho consciência que a prefeitura não tem condição de empregar todos, mas pelo menos tem que fazer sua parte, primeiro capacitar seus moradores através de cursos profissionalizantes e depois dando condição para que empresas se instale no município na condição de usar a mão de obra local e também usando o potencial já existente no município, a exemplo dos recursos hídricos, pecuários e a larga experiência ná área de confecções que já existe no município, podemos citar alguns nomes como: Sira e Toinho Evangelista em Campo do Velho, que os dois juntos geram mais de 20 empregos diretos e sem nem um insentivo do poder público municipal, pois bem, são pessoas assim que precisam de insentivos para gerarem mais empregos e cosequentemente fazendo com que mais dinheiro circule no município.

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  2. Anônimo, parabéns pelo comentário,pois você não criticou, apena apontou soluções, que é isso que os leitores deveriam fazer. Mais falando sobre esses rapazes de Campo do Velho, se essa sua colocação realmente for verídica, eu tiro o chapeu pra eles, pois não é todo empresário que consegue gerar 10 emprego não, principalmente na região do cariri,imagine se tivesse 20 rapazes com essa disposição.
    por aí se percebe, que pra gerar emprego é só querer. também parabenizo Genilson pelo Blog e pelo espaço para que os leitores se manifestem.

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