Depois deixar o Sul do Brasil debaixo d´água no inverno e de dar um
calor histórico na primavera de 2015, roubar grande parte da chuva do
verão e de parte do outono de 2016 do Nordeste, da maioria das áreas de
Goiás, de Minas Gerias e do Espírito Santo e do Tocantins, de provocar
muita chuva em São Paulo, no Paraná e em Mato Grosso do Sul, de ajudar o
Sistema Cantareira a sair do volume morto, chegamos ao fim de mais um
fenômeno El Niño. O El Niño 2015/2016 foi sem dúvida de intensidade
forte e histórica, perdendo apenas para o mais forte de todos, o El Niño
de 1997/1998.
O fenômeno El Niño é determinado por um
aquecimento anormal das águas do mar da porção central-leste do oceano
Pacífico Equatorial, uma grande região oceânica que se estende da costa
do Peru até a região da Indonésia.
O
El Niño 2015/2016 começou a se fortalecer efetivamente em maio de 2015 e
no seu ponto máximo, no fim da primavera de 2015 e começo do verão
2016, a média da anomalia da temperatura da água do mar, na região niño
3.4, no trimestre novembro/dezembro/janeiro chegou a 2,3°C. Este valor
foi o igual ao máximo observado no evento El Niño 1997/1998.
A
partir de janeiro de 2016, ao longo do verão e do outono de 2016, as
águas do Pacífico Equatorial foram ficando menos quentes e o El Niño
2015/2016 foi perdendo força. Mas foi durante o mês de maio que o
desaquecimento das águas foi bastante acentuado e a anomalia da
temperatura da água no mar no Pacífico Equatorial central começou a
ficar negativa. Isto significa que a água do mar já está com temperatura
ligeiramente abaixo de média.
O
grande enfraquecimento do El Niño em maio vinha sendo previsto há
vários meses e os principais centros de monitoramento do clima global
apontam para o esfriamento cada vez maior do Pacífico Equatorial. Um
fenômeno La Niña é esperado para o segundo semestre de 2016.
O
meteorologista Alexandre Nascimento comenta sobre as mudanças ocorridas
nas águas do centro-leste do Pacífico Equatorial e sobre a evolução para
La Niña.
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