
Conforme já antecipado, serão
disponibilizados R$ 136 bilhões em recursos. Desse total, R$ 97,6 bilhões serão
destinados a financiamentos de custeio e comercialização e R$ 38,4 bilhões aos
programas de investimento.
– Em todos os planos desde 2011,
venho dizendo que, se os recursos forem gastos em todas as áreas previstas, não
faltará recursos. Vamos complementar. Não olhamos para a agricultura como
problema, mas como solução. Por isso, gastem e terão mais – disse a presidente,
que enfatizou em seu discurso que o Brasil tem hoje uma das agriculturas mais
produtivas, eficientes e competitivas do mundo.
Armazenagem
O grande destaque do lançamento
do plano foram os R$ 25 bilhões destinados à logística e construção de novos
armazéns privados no país nos próximos cinco anos. O ministro da Agricultura já
havia adiantado, durante a Bahia Farm Show, que o novo plano daria prioridade à
armazenagem. Do total de recursos destinados ao setor de armazenagem, R$ 5
bilhões serão liberados na temporada 2013/2014. O prazo para pagamento será de
até 15 anos. O governo ainda investirá R$ 500 milhões para modernizar e dobrar
a capacidade de armazenagem da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
– É um valor que corresponde a
mais ou menos 65 milhões de toneladas. Nos vamos suprir toda a deficiência de
armazenagem e colocar nos armazéns uma capacidade de safra igual a capacidade
de producão – acrescentou o ministro.
A presidente Dilma também
destacou a importância do investimento.
– Armazenagem é crucial. Temos
condições de ter uma política agrícola com capacidade de armazenamento. Temos
um setor privado dinâmico interessado na expansão do agronegócio e, de outro
lado, temos os recursos que o Estado brasileiro tem condições de oferecer.
Estão dadas as condições para que o setor privado se junte ao público e
construa armazéns – apontou a presidente.
Redução de juros
Dos R$ 136 bilhões previstos para
a nova safra, R$ 115,6 bilhões serão disponibilizados com taxas de juros
controladas, o que representa um crescimento de 23% sobre os R$ 93,9 bilhões
previstos na temporada 2012/2013. A taxa de juros anual média é de 5,5%, mas,
para modalidades específicas, serão menores: 3,5% para programas voltados à
aquisição de máquinas agrícolas, equipamentos de irrigação e estruturas de
armazenagem; 4,5% ao médio produtor rural; e 5% para práticas sustentáveis.
Pelo Programa de Sustentação de
Investimento (PSI-BK), para o financiamento de máquinas e equipamentos
agrícolas, serão R$ 6 bilhões, enquanto que, para a agricultura irrigada, R$
400 milhões.
Cooperativismo
Para o cooperativismo, R$ 5,3
bilhões estarão disponíveis pelos programas de Desenvolvimento Cooperativo para
Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop) e do e Capitalização de
Cooperativas Agropecuárias (Procap-Agro). Também foram reduzidos os juros para
capital de giro das cooperativas, de 9% para 6,5% ao ano.
Assistência Técnica e Extensão
Rural
Durante a cerimônia, Antônio
Andrade e Kátia Abreu destacaram a criação do Serviço Nacional de Assistência
Técnica e Extensão Rural. O novo órgão servirá para qualificar as políticas de
assistência técnica e extensão rural no país.
– A criação desse serviço é um
marco significativo para o aumento da produção, da produtividade e do bem-estar
do produtor brasileiro – disse o ministro da Agricultura, que citou ainda o
Programa Inova Agro, que tem o objetivo de impulsionar a produtividade e a
competitividade do agronegócio brasileiro por meio da inovação tecnológica.
Plano Safra do Semiárido
A presidente antecipou algumas
medidas que fazem parte do Plano Safra do Semiárido, a ser lançado na próxima
semana. O plano terá quatro pontos principais. O governo vai suspender a
excussão de dívidas contratadas junto ao Banco do Nordeste (BNB) e demais
instituições financeiras, até dezembro de 2014. Também irá conceder desconto de
até 85% para liquidação das operações de crédito rural contratadas até 2006 com
valor de até R$ 35 mil por mutuário com recursos do Fundo Constitucional de
Financiamento do Nordeste (FNE) ou do Orçamento Geral da União.
– O Brasil pode e deve começar a
fazer planos safra regionais. Nós vamos começar pelo Nordeste. Nos cabe agir
para melhorar o impacto. Ele [o plano] complementa todas as ações da segurança
hídrica que o governo federal tem tomado. A segurança hídrica tem que combinar
com a segurança produtiva que pode e deve ser fornecida pelo plano safra –
acrescentou.
O governo também deve lançar uma
linha para composição de dívidas contratadas até 2006 cujo valor original era
de até R$ 20 mil em até dez anos com recursos do FNE. A quarta medida será
renegociar operações contratadas a partir de 2007 e que estavam inadimplentes
em dezembro de 2011, para pagamento em até dez anos, com três anos de carência.
Médio produtor
O médio produtor também ganhou
destaque no novo Plano Safra. Foram disponibilizados
R$ 13,2 bilhões pelo Programa
Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) para custeio,
comercialização e investimento. O valor é 18,4% superior ao previsto na safra
2012/2013. Os limites de empréstimo para custeio passaram de R$ 500 mil para R$
600 mil, enquanto os de investimento subiram de R$ 300 mil para R$ 350 mil.
Agricultura familiar
Dilma anunciou que, na quinta,
dia 6, será lançado o Plano Safra da Agricultura Familiar e acrescentou que, a
partir do plano de safra atual, os ministérios da Agricultura e do
Desenvolvimento Agrário irão atuar integrados. Ela citou como exemplo a Agência
Nacional de Assistência Técnica (Anater), que será vinculada à Embrapa, mas
atenderá aos dois ministérios.
Custeio
Já o limite de financiamento de
custeio, por produtor, foi ampliado de R$ 800 mil para R$ 1 milhão. O
financiamento destinado à modalidade de comercialização passou de R$ 1,6 milhão
para R$ 2 milhões. Além desse crescimento, o contrato de custeio pode ser ampliado
em até 45%, dependendo das condições de contratação ou de uso de determinadas
práticas agropecuárias, como a adesão ao seguro agrícola ou a mecanismos de
proteção de preços, a utilização do Sistema Plantio Direto, a comprovação de
reservas legais e áreas de preservação permanente na propriedade e a adoção do
sistema de identificação de origem.
Laboratórios Nacionais
Agropecuários
Os seis Laboratórios Nacionais
Agropecuários (Lanagros) devem ser ampliados, com recursos de R$ 120 milhões. O
objetivo é garantir que as unidades sejam capazes de produzir diagnósticos mais
rápidos e precisos sobre a qualidade dos produtos agropecuários produzidos e
exportados pelo país.
– A concorrência do mercado
internacional é crescente e extremamente agressiva e não nos permite ter
lacunas ou insuficiência na nossa política de sanidade. Quanto mais
transparente, firme e segura for a nossa sanidade agropecuária, melhor para os
produtores e exportadores brasileiros. Com isso, evitamos constrangimentos que
não têm a menor razão de ser nesta etapa do desenvolvimento do país – afirmou
Dilma.
Quanto ao Sistema Brasileiro de
Inspeção de Produtos de Origem Animal (o Sisbi-POA), será criada uma
coordenação que garantirá a consolidação do sistema, facilitando o acesso dos
estados e municípios ao Programa.
– Outra grande preocupação da
defesa agropecuária será com a tipificação das carcaças bovinas, incentivando
os produtores na melhoria e padronização da carne – explicou Antônio Andrade.
Rede de inovação tecnológica
Dilma também anunciou que o
governo está criando uma rede de educação profissional e de inovação
tecnológica, que envolve as universidades federais, as escolas técnicas, a
Embrapa e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), gerido pela
Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
– Iremos dar um grande reforço na
formação técnica e profissional.
Seguro Rural e Programa ABC
O governo ainda elevou os valores
da subvenção ao prêmio do seguro rural. Com isso, o valor passa de R$ 400
milhões para R$ 700 milhões. Desse total, 75% serão aplicados em regiões e
produtos agrícolas prioritários, com subsídio de 60% do custo da importância
segurada.
O novo Plano Safra contempla ainda o Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC), que financia tecnologias que aumentam a produtividade com menor impacto ambiental. Os recursos do Programa ABC passaram de R$ 3,4 bilhões para R$ 4,5 bilhões. A expectativa é de que mais de 96 mil produtores sejam beneficiados.
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