O foco é a agricultura familiar – que está em 95% de 1,6 milhão de estabelecimentos agropecuários dos municípios.
– Começamos a construir hoje uma
política permanente para mudarmos estruturalmente a nossa capacidade de
conviver com a seca.
Uma das principais medida do
Plano Safra do Semiárido é a suspensão das execuções das dívidas dos produtores
da região até o fim do ano que vem. No total, serão investidos R$ 7 bilhões
para o Plano Safra do Semiárido, através de ações estruturantes. Deste valor,
são R$ 4 bilhões para a agricultura familiar e R$ 3 bilhões para médios e
grandes produtores.
Com medidas que facilitam o
acesso ao crédito, a ideia do governo é aumentar o acesso aos programas de
compras públicas, fazendo aumentar os preços de garantia de importantes
produtos da região. O Plano Safra do Semiárido ainda cria uma nova modalidade
para o Programa de Aquisição de Alimentos na região e apresenta novidades nos
seguros para a agricultura familiar, como exaltou o ministro Pepe Vargas.
– Queremos um desenvolvimento
rural sustentável, durável e pleno.
Dilma afirmou é necessário
aprender a "conviver" com a seca do Semiárido. De acordo com ela, é
fundamental uma ação conjunta das diversas esferas do poder para lidar com essa
situação.
– A seca pode ser perfeitamente
controlada e, portanto, nós podemos com ela conviver. Para isso é preciso
determinação e vontade política e ação conjunta. Aqui houve ação conjunta.
Citando a atual seca que atinge
alguns Estados do Nordeste brasileiro, a pior dos últimos 50 anos, a presidente
afirmou que era necessária uma "ação emergencial" para enfrentá-la.
Ela ressaltou, no entanto, a necessidade de serem criadas estruturas políticas
para esse enfrentamento.
– Essa é uma das maiores secas
dos últimos 50 ou 100 anos. Essas ações emergenciais são importantes, mas é
possível estruturar uma política de combate às questões que nunca foram
enfrentadas. Temos que ter um plano para criar agroindústria no Semiárido.
Vamos assegurar um padrão de produção à altura dessa região – emendou.
Medidas do Plano Safra Semiárido
Crédito
As taxas de juros serão especiais
para o Semiárido. Para as operações de custeio, os juros serão de 1% a 3% ao
ano (para as demais regiões, os juros são de 1,5% a 3,5%); para os contratos de
investimento na região, os juros vão de 1% a 1,5% ao ano (as taxas para o resto
do país ficam entre 1% e 2%). Estas
operações permitirão acesso à assistência técnica. Para os agricultores que
pagarem em dia as parcelas, a assistência técnica será gratuita. A linha B do Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf B) que tem rebate de 25%,
ampliará para 40% para o Semiárido.
Compras públicas
Será destinado R$ 1,5 bilhão para
compras públicas da agricultura familiar na região na safra de 2013/2014. Desse
total, R$ 650 milhões serão para o Programa Nacional de Alimentação Escolar
(Pnae) e R$ 700 milhões para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). A partir de agora, o programa ganha uma nova
modalidade, que vai permitir que agricultores familiares comprem alimentação
animal, e também agricultores familiares que tenham excedente de forragem
animal possam comercializá-la. Para a alimentação animal serão R$ 100 milhões e
R$ 50 milhões para distribuição gratuita de sementes e mudas, bem como a
ampliação do limite de venda por agricultor para R$ 8 mil/ano.
PGPAF
O Programa de Garantia de Preços
da Agricultura Familiar (PGPAF), que abrange 49 produtos, terá uma ação
específica para itens importantes para a região. Os produtos caprino/ovino que
tinham um preço de garantia de R$ 8,64/kg passam a ter um preço de R$ 9,94/kg.
Outros produtos fundamentais para a região também terão seus valores ampliados.
A mandioca terá o valor de R$ 188 por tonelada (era de R$ 161,41 na safra
2012/2013) e o leite, terá aumento de 16%, passando de R$ 0,86 para R$1 o
litro.
Garantia-Safra
O
Garantia-Safra beneficiará 1,2 milhão de agricultores na safra
2013/2014. Na safra 2012/2013, 971.117 agricultores familiares de 1.114
municípios aderiram ao programa. Os recursos para os pagamentos são do Fundo Garantia-Safra,
que tem aporte da União, dos Estados, dos municípios e dos agricultores.
SEAF
Os agricultores do Semiárido
terão uma redução do custo do Seguro da Agricultura Familiar (SEAF). Os que
contratavam operações de custeio e que tinham sua operação coberta pelo Seguro
da Agricultura Familiar, antes pagavam 2% e agora passam a pagar 1%. Com isso,
o governo pretende estimular os agricultores a procurarem maior proteção contra
perdas climáticas.
Ater
A Assistência Técnica e Extensão
Rural (Ater) será disponibilizada a 347 mil agricultores familiares da região
na safra 2013/2014. Serão contratadas entidades que prestam serviços de Ater
específicos para o Semiárido.
Fomento
Trinta mil famílias receberão
fomento no valor de R$ 3 mil (não reembolsável) e assistência técnica especial
para estruturar o sistema de produção de convivência com o semiárido. Isto vai
estimular que o produtor produza alimentos para os animais nos períodos de
chuva, e que consiga armazenar para períodos de estiagem.
Linha Emergencial de Crédito
Para ampliar o apoio aos
agricultores familiares do semiárido, o governo federal anuncia o aporte de R$
400 milhões para a linha emergencial de crédito do Fundo Constitucional de
Financiamento do Nordeste (FNE), executada pelo Banco do Nordeste. Com o novo
recurso, a linha de crédito vai somar R$ 3,15 bilhões. Objetivo é auxiliar os
agricultores familiares, produtores rurais e empreendedores prejudicados pela
estiagem.
Irrigação
Foi aunciado apoio à agricultura
irrigada no Semiárido por meio da redução das taxas de juros, com objetivo de
expandir a produção nos perímetros irrigados e os investimentos privados em
irrigação na região.
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