Bolo de puba na palha é uma
iguaria tradicional na culinária baiana que faz sucesso durante as refeições
servidas nas escolas de Várzea da Roça, município a 300 km de Salvador.
As quatro mulheres fornecem bolos
e biscoitos para 18 escolas do município. O Pnae é a principal fonte de renda
delas, que também vendem beijus recheados na feira. Para Vanessa da Cruz,
coordenadora do grupo, a maior vantagem em vender para a alimentação escolar é
a garantia de mercado. “Sabemos o quanto precisamos produzir e o quanto vamos
receber por mês. Na feira, muitas vezes, a quantidade de produtos que a gente
faz sobra, e não há uma renda fixa”, explica.
Em 2012, as vendas geraram R$
31,4 mil para o grupo, e todo o lucro – assim como o trabalho – é dividido de
forma igualitária. Cada uma delas participa de todas as etapas de produção,
desde o plantio até a manufatura. “Todas somos sócias, com direitos iguais. A
divisão dos lucros é feita por igual”, conta Vanessa.
Para as agricultoras o resultado
do trabalho vale mais que o retorno financeiro, gerando autonomia e consciência
política. Hoje, elas não dependem mais da renda dos maridos e até contribuem no
pagamento das despesas da casa. “Isso ajudou bastante, deu motivação. Faz com
que nos sintamos mais valorizadas como mulheres”, esclarece Vanessa.
O grupo das mulheres é um dos
cinco organizados pela União das Associações de Várzea da Roça (Unavar) no
município. São cerca de 30 famílias responsáveis pelo fornecimento de frutas,
verduras, temperos e biscoitos para as escolas do município.
No último ano, o contrato com a
secretaria de educação foi aproximadamente R$ 70 mil. O modelo de venda
institucional teve grande importância para a agricultura familiar local no
incremento da renda, melhoria na qualidade dos alimentos servidos e na maior
organização social dos produtores.
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