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terça-feira, 25 de agosto de 2009

Pustumeira: uma nova e boa opção de forragem para a caprino-ovinocultura do Semi-árido.
Embrapa Semi-Árido

Planta Nativa resistente ao estresse hídrico


A observação dos hábitos alimentares espontâneos dos animais nas áreas secas do Nordeste tem levado à identificação de plantas com potencial forrageiro para cultivo pelos agricultores. É assim com a Pustumeira (Gomphrena sp.), uma espécie de arbusto que chamou a atenção do pesquisador Francisco Pinheiro de Araújo, da Embrapa Semi-Árido, por se destacar com um verde “exuberante” numa paisagem em que a vegetação se encontrava já totalmente seca em municípios do sudoeste da Bahia.


A observação do pesquisador foi acentuada pelo local onde as plantas de pustumeira vegetavam: uma encosta de estrada com solo cheio de pedregulhos e de baixa fertilidade. Além disso, em análises realizadas no Laboratório de Nutrição Animal, identificou mais qualidade importante para uma forrageira: altos níveis de proteína na folha (22,6%) e caule (13%). A espécie ainda é muito palatável, o que significa dizer que os animais consomem sem qualquer dificuldade fazendo pastejo diretamente no campo, explica Pinheiro.


Perene – Identificar plantas com essas características na rica biodiversidade da caatinga contribui para se estabelecer manejos sustentáveis para atividades agrícolas importantes na região a exemplo da criação caprina e ovina. Bem adaptadas aos rigores climáticos do semi-árido, podem ser cultivadas nas áreas já desmatadas e que encontram-se em descanso.


Na Embrapa Semi-Árido, a pustumeira passa por uma espécie de domesticação. Os pesquisadores e técnicos, que já conhecem o comportamento da espécie em seu ambiente natural, realizam vários testes de campo em diferentes ambientes e em laboratórios a fim de estabelecerem a melhor maneira de seu uso nos sistemas de produção pecuário no sertão nordestino. Essas espécies, com os níveis nutricionais e a resistência à seca, contribuem para o aumento da quantidade de animais suportada pelas propriedades, explica Pinheiro.


Com as informações já disponíveis, Pinheiro tem incentivado os agricultores a plantarem a pustumeira nas suas roças. Segundo ele, o plantio por mudas é a melhor maneira de cultivo. Para sua confecção em sacos plásticos, basta apenas dispor de um galho tenro (ainda verde) com 15 cm de comprimento e pelo menos quatro gemas (locais de onde sairão novos galhos). A brotação e a formação de raízes ocorrem após 35 dias. Sessenta dias depois, as mudas estarão prontas para serem levadas ao campo. O ideal é que coincida com o início das chuvas.A primeira colheita já pode ser feita cerca de 6-7 meses após o plantio, justamente num momento em que a vegetação da caatinga se encontra em adiantado estado de seca. Em um hectare, sob um espaçamento de 1,0 m nas linhas e 0,5 m entre as plantas é possível colher até 5 toneladas de matéria seca. “É uma produção muito boa” para uma espécie rústica que pode ser cultivada nos mais variados tipos de solo da região semi-árida, especialmente, nas áreas de pousio, além de apresentar a vantagem de ser uma espécie perene.A reunião das características de ser uma espécie altamente palatável, tolerante à seca, com potencial produtivo e nutritivo, torna a pustumeira uma importante alternativa para cultivo pelos agricultores familiares nas áreas dependentes de chuva. Por essas qualidades, pode ser usada como banco de proteínas, com pastejo direto de apenas duas horas por dia, ou ser utilizada nas formas de feno e silagem.

Fonte: Site da Embrapa Semi-Árido.

Um comentário:

  1. Genilson
    Onde e como posso adquirir mudas/estacas de pustumeira? Crio cabras numa região muito seca e de pouca comida, o pasto é de caatinga e necessito enriquecê-la.
    Abraço,
    Marco - Iaçu - Bahia
    mcunha61@yahoo.com.br

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