Relator: recuperação de APPs
dificulta votação do Código Florestal

Embora continue as negociações, o relator adiantou
ser favorável ao texto da Casa revisora. Segundo Piau, a redação do Senado para
recuperação de APPs de margens cursos d’água – que prevê reconstituição de 15
metros de vegetação para rios de até 10 metros, e de uma faixa entre 30 e 100
metros para os demais – vai “expulsar uma grande quantidade de produtores
rurais do campo”.
Ainda assim, ele acredita que esse aspecto poderá
ser resolvido pelo Executivo, uma vez que a recuperação de APPs deve começar
efetivamente pelo menos três anos após a promulgação da lei.
No geral, Piau considera que o texto do Senado é
mais preciso e confere “maior segurança jurídica” ao País.
Médias propriedades
De acordo com o relator, o maior problema está nas
médias propriedades, entre 4 e 15 módulos fiscais. “Esses proprietários terão
de recuperar toda a reserva legal e as APPs, o que inviabiliza muitas dessas
propriedades”, sustentou.
Tanto o texto da Câmara quanto o do Senado isentam
as pequenas propriedade – até quatro módulos fiscais – da recomposição de
reserva legal.
Alterações
O relator alterou 28 pontos do texto do Senado. Segundo ele, a maioria não é de mérito. Representantes da bancada ruralista discordam das alterações promovidas pelo Senado.
O relator alterou 28 pontos do texto do Senado. Segundo ele, a maioria não é de mérito. Representantes da bancada ruralista discordam das alterações promovidas pelo Senado.
Em
entrevista Paulo Piau diz que a recomposição das áreas desmatadas pode
prejudicar pequenos produtores.
Na opinião do ministro da Agricultura, Mendes
Ribeiro, existem oito pontos sem acordo, mas que podem cair para dois, que
devem ir a voto no Plenário da Câmara. O ministro acrescentou que tem interesse
em ver o código aprovado, porque traz avanços importantes para a agricultura.
“O governo vai tentar aparar ao máximo as arestas, mas pelo governo a votação
não deve mais ser adiada.”
O líder do governo na Câmara, deputado Cândido
Vaccarezza (PT-SP), lembrou que também há divergência quanto à previsão de 20
metros de área verde por habitante em áreas de expansão urbana. Piau explicou
que essa exigência poderá encarecer o valor dos lotes urbanos e tornar mais
onerosos inclusive projetos de habitação social.
Conversa com ministros
Piau ainda vai conversar novamente com o ministro
da Agricultura e com a ministra de Meio Ambiente, Izabela Teixeira, antes de
entregar o texto. Mesmo com as divergências, Piau acredita que será possível
votar o novo código na próxima terça-feira (13). Em sua concepção, “o pior para
o Brasil é não votar”.
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