Em
31 de agosto do ano passado, o governo Dilma, ancorado numa percepção
correta de agravamento do quadro mundial, cortou a taxa de juro pela
primeira vez em seu mandato. O dispositivo midiático-tucano reagiu entre
'indignado e estupefato', como disse então o economista Luiz Gonzaga
Belluzzo em debate promovido por Carta Maior. Um mês depois,
o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ecoava as avaliações dos think
tanks demotucanos, a exemplo da Casa das Garças, e dizia ao jornal
Valor Econômico que considerava a decisão do BC 'precipitada'. Expoentes
menores mas igualmente aplicados na defesa dos mercados
autorreguláveis, como o economista de banco Alexandre Schwartzman, já
haviam se manifestado na mesma linha da abalizada percepção tucana das
coisas. Em sua douta análise dos fatos, veiculada em 4-09-2011,
Alexandre Schwartzman, também conhecido como 'o professor de Deus'
pontificava em pedra e cal:" não há indícios de que a crise econômica
global de 2011 seja tão grave quanto a de 2008". Outros sábios de bico
longo e o mesmo olhar de lince, como Luis Carlos Mendonça de Barros, o
Mendonção, ex-presidente do BNDES e expoente das privatizações no
sistema de comunicações, advertiam então que o BC brasileiro ficara
refém de um agravamento da crise mundial que justificasse a sua
decisão." "O BC passou a torcer pela crise", diziam, argüindo a
estratégia brasileira de priorizar o enfrentamento da crise ao combate à
inflação. As linhas acima recuperam uma nota publicada em Carta Maior
em 11-11-2011. Seis meses depois, alguns milhares de desempregados à
mais e quase uma Grécia a menos no euro, o governo brasileiro
--corretamente-- anuncia nesta 2ª feira novas medidas contracíclicas
para afrontar a caleidoscópica reprodução da crise financeira mundial
--que a sapiência demotucana avaliava como miragem heterodoxa. É forçoso
arguir: e se eles ainda estivessem no comando da Nação?
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(Carta Maior; 2ª feira/21/05/2012)
Agora imaginem se eles estivessem
no poder no Brasil. Onde estaríamos com esses que só querem que o “capital
vagabundo” cresça. Se este capital que não produz nada cresce no Brasil, quem
paga a conta para eles crescerem?
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