BRASIL SEM MISÉRIA: TÉCNICOS DE
ATER COMEÇAM TRABALHO DE CAMPO NA SEGUNDA
Dez mil famílias de agricultores
e agricultoras familiares de 47 municípios da Bahia e de Minas Gerais com renda
mensal inferior a R$ 70,00 por pessoa começam a receber, a partir desta
segunda-feira (26), visitas de técnicos de assistência técnica e extensão rural
(ATER). A ação marca o início das ações no meio rural do Plano Brasil Sem
Miséria, lançado em junho pelo Governo Federal para atender famílias em situação
de extrema pobreza.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, destaca que o
objetivo do Plano Brasil Sem Miséria no meio rural é promover a inclusão
produtiva das famílias atendidas. “Elas contarão com assistência técnica
diferenciada, distribuição gratuita de sementes, fomento, enfim, apoio para
produzir para o consumo próprio e comercialização, o que vai gerar renda a
qualidade de vida para quem mais precisa”, diz Florence.
Os 136 técnicos que atuarão em municípios dos Territórios da Cidadania
Serra Geral (MG), Velho Chico (BA) e Irecê (BA) estão vinculados ao Centro de
Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA), à Empresa de Assistência
Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), à Empresa Baiana de
Desenvolvimento Agrícola (EBDA) e à Cooperativa de Trabalho do Estado da Bahia
(Cooteba), que venceram a chamada pública lançada pelo MDA no dia 6 de junho.
Os técnicos receberam capacitação do Ministério do Desenvolvimento
Agrário (MDA entre 12 e 17 de setembro em cursos realizados nas cidades de
Janaúba (MG), Bom Jesus da Lapa (BA) e Irecê (BA). O trabalho foi realizado em
parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e a
Embrapa. “Estamos começando o atendimento com uma equipe jovem, mas experiente,
com grande participação de mulheres, formação multidisciplinar e comprometida
com o grande plano do Brasil que é superar a pobreza no meio rural por meio da
inclusão produtiva”, afirma o secretário de Agricultura Familiar do MDA,
Laudemir Müller.
“Recebemos informações e orientações para trabalhar com agricultores
familiares. Percebemos muita vontade na nossa turma de capacitação”, afirma a
engenheira agrônoma Meire Telma Cardoso, uma das coordenadoras de atendimento
dos técnicos em Bom Jesus da Lapa (BA). “Todo mundo está com vontade de atender
quem precisa. Somos todos da região, conhecemos essa realidade”, reforça Evódio
Carvalho, que coordenará as equipes que vão atuar em Irecê (BA).
Trabalho continuado
Os técnicos que vão a campo nesta segunda-feira prestarão atendimento
às famílias de agricultores familiares durante 17 meses. Entre os critérios
para seleção das famílias foram considerados a Declaração de Aptidão ao Pronaf
(DAP), a renda por pessoa inferior a R$ 70,00 por pessoa e o acesso ao Bolsa
Família, para operacionalizar a transferência de recursos.
A primeira tarefa dos técnicos é elaborar um diagnóstico socioeconômico
da Unidade de Produção Familiar (UPF), que permitirá elaborar o Projeto de
Estruturação Produtiva e Social Familiar e Coletivo. Até o final de outubro
também será realizada uma atividade coletiva, com grupos de 20 famílias, para
apresentação do Plano Brasil Sem Miséria e orientações sobre acesso às
políticas públicas e à documentação. Os agricultores familiares atendidos
também receberão sementes produzidas ou certificadas pela Embrapa – dez quilos
de sementes de milho, cinco de feijão e um kit de hortaliças.
Estas ações são reforçadas pela rota de inclusão social, que abrange o
mapeamento das carências das famílias - acesso a benefícios sociais,
alfabetização, casa, água, luz e estrada – e o encaminhamento das demandas aos
órgãos responsáveis na estrutura administrativa local.
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