
Com todos estes esforços, Valente não acredita que as exigências ambientalistas e de grupos como o Movimento Sem Terra sejam atendidas por Rebelo. Ao portal Terra Magazine, o deputado do PC do B revelou que quer apresentar seu novo relatório já nesta semana e faz pressão para que a votação ocorra o quanto antes.
Para Valente, só um esforço governista seria capaz de impedir o sucesso de medidas polêmicas propostas por Rebelo, como redução da área de proteção das margens dos rios, diminuição da área de reserva legal da Amazônia e o fim de uma moratória que impediria o corte de árvores por cinco anos.- A decisão depende do relator, mas depende também da bancada do PT. Eles têm 88 deputados que podem barrar qualquer tramitação - convoca o deputado do Psol.
Para o WWF mudar o Código Florestal prejudicará agricultor no futuroO novo relatório do Código Florestal torna mais flexíveis as regras de preservação para agricultores, mas pode tirar a credibilidade da agricultura brasileira no exterior, acredita o Superintendente de Conservação da WWF Brasil, Carlos Alberto de Mattos Scaramuzza. As mudanças, apresentadas pelo deputado Aldo Rebelo, reduzem a obrigação do agricultor de proteger áreas contra o desmatamento sob o argumento de que é preciso garantir a expansão da agricultura.
Para Scaramuzza, a ausência de uma lei ambiental forte poderia prejudicar as exportações brasileiras de produtos agrícolas no futuro.
- Acho que o interesse da agricultura brasileira é continuar com a vantagem de ser uma agricultura que pode expandir sua oferta sem desmatar mais nada. A gente tem que assegurar que em nenhum momento a gente vai ter uma barreira comercial relacionada à questão climática.Para ele, a proposta não favorece apenas as pequenas propriedades, como argumentam alguns ruralistas. Entre as medidas mais polêmicas, está a isenção da obrigatoriedade de preservar parte do território em até quatro módulos rurais do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
Os módulos rurais são unidades, calculadas em hectares, cujo tamanho varia de região para região. No caso da proposta do novo Código, propriedades menores que quatro módulos não seriam obrigadas a preservar 20% das terras. Scaramuzza, porém, aponta que isso também beneficia os grandes proprietários. Mesmo em grandes áreas, parte delas - a porção equivalente a quatro módulos - seria isentada.- Seria melhor se fosse aplicado apenas para propriedades menores que quatro módulos. Mas, como foi colocado, mesmo o grande proprietário pode estar sendo beneficiado, porque o cara pode ter uma propriedade gigantesca, mas até aquele limiar de quatro módulos não estaria incidindo.
O ambientalista ainda falou sobre outros pontos polêmicos do Código e acusou as mudanças de serem eleitoreiras.Fonte: Terra Magazine
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Este comentário será analisado e publicado, mas se vier causar dano ou calunia a outro ou não for conveniente com nossa política de comentários ele será esquecido. Pedimos que não falte com respeito as pessoas lembradas nesta matéria, nem com outras que poventura não estejam aqui inclusas, se utiliza da ética, moral e verdade. A responsabilidade deste comentário é totalmente sua.