Saiba melhor quais os motivos do impasse
Depois de tantos debates e divergências sobre o novo Código Florestal Brasileiro, muitas vezes o produtor ainda tem dúvidas do que diz o projeto do deputado Aldo Rebelo (PCdoB) e quais os motivos do impasse. Entenda melhor alguns dos principais pontos em discussão.
No texto divulgado na última semana, não existe mais esta faixa e as regras ficam diferentes. A exigência vai aumentando gradativamente, como por exemplo: para rios com até 10m de largura, devem ser preservados 30m de mata ciliar; para rios de dez a 50m, mata ciliar de 50m. Isto até chegar a obrigação de manter 500m preservados nos rios com mais de 600m de largura. Para APPs nas encostas, a lei atual não permite nenhum tipo de plantio. Já a proposta do novo Código Florestal prevê autorização para algumas atividades, mas o texto coloca a questão de uma maneira que os ruralistas não consideram clara. Fala em autorização para o cultivo já existente de culturas perenes lenhosa, o que poderia contemplar atividades como o café e a fruticultura. O impasse se firma neste ponto, pois a frente da agricultura quer que o projeto deixe claro o respeito a áreas consolidadas, para todas as atividades agropecuárias e florestais, querendo confundir e deixar que se desmate mais, a dúvida dos ruralista não procede, são apenas especulações e gerarão mais danos ao meio. Os ruralista querem nestes casos, a não obrigação de recompor as áreas. Já o governo e os ambientalistas querem permanecer da forma que estar.
Reserva Legal
Para Reserva Legal, atualmente, a lei exige 80% de área reservada de floresta na Amazônia, 35% de Cerrado e 20% nas demais regiões do país, como aqui na caatinga.
O projeto de reforma do Código Florestal mantém a mesma exigência. Porém, propõe que pequenas propriedades, com até quatro módulos fiscais, fiquem isentas de conservar reserva legal. E, em caso de propriedades maiores, haveria uma isenção até o limite de quatro módulos. O governo é contra este critério de isenção, pois provocaria mais desmatamento, mas cogita aceitar o beneficio apenas para agricultores familiares, por outro critério. Isso porque, dependendo da região, quatro módulos fiscais, segundo os críticos, beneficiariam também grandes propriedades.
A regularização pode ser feita recompondo a vegetação com espécies naturais e exóticas na propriedade ou até mesmo em outras áreas, desde que estejam no mesmo bioma. Uma maneira de compensar a reserva legal é doar uma área ao poder público. Existe também o chamado regime de servidão florestal, uma propriedade com sobra na área de reserva pode ceder para outra, isto não assegura a vida silvestre, pode-se devastar uma áreas de um imóvel por completo, e como os animais vão viver sem conexão entre as áreas de reserva onde as tive?


O Direito Adquirido reclamado pelos ruralista
A lei que regula o uso da terra no Brasil já foi modificada várias vezes. Por isso a proposta do novo Código prevê que quem desmatou áreas para a produção rural cumprindo a lei vigente na época, não é obrigado a se adaptar às regras atuais.
Um exemplo seria o proprietário que desmatou uma área na Amazônia antes do ano 2000, quando o índice de reserva legal na região era 50%. Se ele cumpriu o que previa a lei na época, ele não precisaria recompor área até o índice atual, de 80%. Sobre esse ponto ainda não há consenso e a questão vai ser decidida na votação. Esta situação simplesmente vem a legalizar os desmandos cometidos contra a natureza.
Pelo texto do deputado Aldo Rebelo a união e os Estados tem cinco anos para criar os programas de regularização ambiental. Já a proposta do governo divulgada na semana passada propõe um ano. Para chegar a um acordo a frente parlamentar tenta fechar em três anos. Enquanto esses programas não forem implantados, estão garantidas as atividades florestais e agropecuárias. Mas isso só vale para quem mudou a vegetação até o dia 22 de julho de 2008. Autuações e multas que ainda estão em fase de julgamento ficam suspensas. Sobre esse ponto ainda não há consenso. Os ambientalistas são contra o que chamam de anistia aos desmatadores e pior com o dinheiro público.
Fonte do Texto base e do infográfico: http://www.canalrural.com.br
Gostei muito da arrumação dos pontos polêmicos do Código Florestal. A descrição do seu perfil é ótima. Te achei!!! Juassiara Candida
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