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terça-feira, 25 de agosto de 2009

EI ZÉ... POR FAVOR, SE FOR LER NÃO PARE, POIS VAI TER GENTE QUE VAI LER E VER QUE VOCÊ NÃO LIGA OU NÃO SABE O QUE ESTAR ESCRITO...


“Eu sou Zé. Zé qualquer coisa. Meu trabalho é uma mercadoria que eu vendo. Não tem nada a ver com o meu pensar. Nele eu me despersonalizo.
Meu colega é meu rival que, potencialmente, se multiplica por todos aqueles que podem me substituir.
Eu estou só na lutar pela vida.
Dizem, também, que é o esforço, a dedicação e a tenacidade que fazem de uns mais bem sucedidos que os outros. E eu luto para demonstrar que sou bom naquilo que faço. Luto por uma vida mais digna, que não alcanço nunca. Se só o trabalho pudesse melhorar a vida, escola e boa alimentação. E nós teríamos uma casa limpa e sólida para viver.
Eu sou o Zé. O Zé que constrói pontes, edifícios, barragens, cercas, casas, que limpa as ruas e repartições, concerta coisas, arruma casas e grandes festas; aquele que trabalha na fábrica de automóveis, de eletrônicos, de tecidos. Mas que não tem acesso a nada do que faz...
Eu sou o Zé que torna possível a vida de muitos, mas com quem ninguém se importa. E que, qualquer dia desses, vai morrer na fila de um hospital público a ser jogado numa vala comum, sem pessoas para me levar...”

JÁ QUE LEU ATÉ AQUI, CONTINUE...

IDEOLOGIA E ALIENAÇÃO

“o fenômeno de alienação, de
externalidade, de ‘participação’ extrema
sem individualidade e de separação entre
o intelecto e o sentimento, características
do nosso tipo de cultura presente, levam
à esquizofrenia coletiva.”
(Erich Fromm)


Quando se fala em ideologia, o que nos vem logo à mente? Um sistema de idéias. E, sem dúvida, não deixa de ser. Se digo: “tenho uma ideologia”, “fulano não tem ideologia”, “a ideologia do partido”, estou me referindo, geralmente, e um ideal concretizado na sistematização de algumas idéias.
Entretanto, na visão marxista, a palavra ideologia tem um sentido mais profundo e nos mostra que, normalmente, as idéias cristalizadas em sistemas que governam as sociedades nada mais são do que ocultação da realidade.
Segundo a concepção dialética, o homem só se realiza na sua práxis. Fora dela, ele é um alienado. E o propósito das ideologias costuma ser, exatamente, alienar o homem.
Na verdade, a ideologia concerne à consciência, mas é, realmente, inconsciente.
Geralmente, elaboramos um sistema de idéias para explicar uma realidade social, mas na verdade, é a realidade que explica aquela sistematização de determinadas idéias. Vejamos: quando nascemos, encontramos um mundo que nos apresenta como um mapa onde tudo já está explicitado e determinado. Existem zonas “proibidas”, regras sagradas, e os “pode” e “não pode”.
Desde cedo, os chamados “aparelhos ideológicos do Estado”, como família, a escola, a Igreja, os partidos políticos, colocam em nossa cabeça certa “visão de mundo”, certas explicações a respeito de tudo como se fossem verdades inquestionáveis.
Por que aceitamos que haja uma moral para o homem e outra para a mulher? Por que há sociedades em que as mulheres aceitam a barbaridade de serem mutiladas, na infância, para nunca sentirem prazer? Como o trabalhador aceita uma situação em que ele mal ganha para sobreviver, enquanto o patrão se enriquece cada vez mais? Por que aceitar que enquanto uns têm milhares de hectares de terras cerdas pra dizer: “é meu...” e outros não têm um metro de terra pra plantar um pé de coentro? Como não percebe o absurdo das classes sociais, em que uma viver da exploração de outras? Por que uma realidade social é conservada? Como explicar que uma realidade, às vezes até cruel, seja aceita como “normal” e “natural” ?
Como entender a existência de uma antena parabólica em uma casa de taipa, onde falta o essencial? Por que as crianças choram por um papai Noel que não veio? Por que um voto por um par de sandálias? Por que as pessoas miseráveis contemplam, maravilhadas, vitrines repletas de produtos que lhes são inteiramente inacessíveis? Por que admirar uma pessoa normal por que ele tem um carro importado? Por que chamar de Doutor um sujeito só por que tem muito dinheiro? Por que permitir-lhes passar a frente, ou nem enfrentar uma fila, porque eles têm compromissos urgentes em outro local? Por que ter de se vestir da mesma forma que todos, só para tarem na moda, e ser igual a todos? Por que faz a comida na janta com você?
Por que as pessoas se colocam como cordeiros diante de uma situação tão revoltante?
Aí somos remetidos exatamente à questão da ideologia, que é o obscurecimento da realidade para favorecer uma determinada classe dominante. As pessoas aceitam situações tão revoltantes como naturais porque foram condicionadas, desde cedo, a verem-nas como “certas”.
E o problema da ideologia é tão sério, o trabalho de condicionamento é tão bem feito e tão antigo, que os próprios membros da classe dominante acham muito natural: “as coisa são assim mesmo, alguns nascem para ser pobres”, “que nasceu para cangalha não chega a sela”, etc. e existem mil maneiras de alienar o homem.
Por que um pobre coitado chega em casa às 23 horas e levanta-se às 4 e apenas trabalha e não para, um só minuto, para pensar no absurdo desta situação? Por que sua mente já foi bem trabalhada e ele dá “graças a Deus” porque ainda tem um trabalho e pode comer...
Mas, além de alienado da verdadeira realidade, o homem, cada vez mais, se aliena de si próprio, de sua verdade e de seu trabalho.
Sem dúvida alguma, como já falava Karl Marx, é no trabalho que o homem se realiza como homem. Mas num trabalho automático, sem criatividade alguma, que ele detesta?
São os homens que criam as relações sociais. E é daí que temos de partir para compreender a maneira como agem e pesam de determinadas formas. Também eles são os que dão sentido a tais relações e as conservam ou transformam. E são eles, pelo próprio movimento da história... que procuram fixar determinadas relações em instituições que, por sua vez, vão perpetuar estas relações.
Através da ideologia, os homens procuram “legitimar” condições de exploração, dominação, desprezo e injustiça.
E não podemos nos esquecer que toda prática social tem como ponto de partida a ideologia. Ela impregna tudo, até a própria ciência. Por isso é preciso cuidado ao filosofar, porque, sem o percebemos, podemos estar sendo governados pela ideologia, idéias que, “a priori”, já estão estabelecidas em nossas mentes. Podemos, sem querer, estar fazendo o jogo do poder desde o momento em que levantamos as questões que vão dirigir o nosso filosofar...
Resumidamente ideologia é um sistema de idéias para explicar a realidade. Geralmente, ocultar a verdadeira realidade para favorecer a alguns. Os homens aceitam uma realidade absurda e injusta porque são alienados. A ideologia governa toda a ação e o pensar.

Obrigado por ter lido até aqui...


“se você se sentir só, é porque construiu muros ao seu redor em vez de pontes!”
“ para evitar as críticas, não faça nada, não diga nada, não seja nada!”
“os obstáculos lhes parecerão grandes ou pequenos. Depender de você ser grande ou pequeno!”


Pare, pense, calcule e aja... com estima e apreço,
GENILSON BEZERRA DE BRITO
Engº Agrº EMATER - PB

Pustumeira: uma nova e boa opção de forragem para a caprino-ovinocultura do Semi-árido.
Embrapa Semi-Árido

Planta Nativa resistente ao estresse hídrico


A observação dos hábitos alimentares espontâneos dos animais nas áreas secas do Nordeste tem levado à identificação de plantas com potencial forrageiro para cultivo pelos agricultores. É assim com a Pustumeira (Gomphrena sp.), uma espécie de arbusto que chamou a atenção do pesquisador Francisco Pinheiro de Araújo, da Embrapa Semi-Árido, por se destacar com um verde “exuberante” numa paisagem em que a vegetação se encontrava já totalmente seca em municípios do sudoeste da Bahia.


A observação do pesquisador foi acentuada pelo local onde as plantas de pustumeira vegetavam: uma encosta de estrada com solo cheio de pedregulhos e de baixa fertilidade. Além disso, em análises realizadas no Laboratório de Nutrição Animal, identificou mais qualidade importante para uma forrageira: altos níveis de proteína na folha (22,6%) e caule (13%). A espécie ainda é muito palatável, o que significa dizer que os animais consomem sem qualquer dificuldade fazendo pastejo diretamente no campo, explica Pinheiro.


Perene – Identificar plantas com essas características na rica biodiversidade da caatinga contribui para se estabelecer manejos sustentáveis para atividades agrícolas importantes na região a exemplo da criação caprina e ovina. Bem adaptadas aos rigores climáticos do semi-árido, podem ser cultivadas nas áreas já desmatadas e que encontram-se em descanso.


Na Embrapa Semi-Árido, a pustumeira passa por uma espécie de domesticação. Os pesquisadores e técnicos, que já conhecem o comportamento da espécie em seu ambiente natural, realizam vários testes de campo em diferentes ambientes e em laboratórios a fim de estabelecerem a melhor maneira de seu uso nos sistemas de produção pecuário no sertão nordestino. Essas espécies, com os níveis nutricionais e a resistência à seca, contribuem para o aumento da quantidade de animais suportada pelas propriedades, explica Pinheiro.


Com as informações já disponíveis, Pinheiro tem incentivado os agricultores a plantarem a pustumeira nas suas roças. Segundo ele, o plantio por mudas é a melhor maneira de cultivo. Para sua confecção em sacos plásticos, basta apenas dispor de um galho tenro (ainda verde) com 15 cm de comprimento e pelo menos quatro gemas (locais de onde sairão novos galhos). A brotação e a formação de raízes ocorrem após 35 dias. Sessenta dias depois, as mudas estarão prontas para serem levadas ao campo. O ideal é que coincida com o início das chuvas.A primeira colheita já pode ser feita cerca de 6-7 meses após o plantio, justamente num momento em que a vegetação da caatinga se encontra em adiantado estado de seca. Em um hectare, sob um espaçamento de 1,0 m nas linhas e 0,5 m entre as plantas é possível colher até 5 toneladas de matéria seca. “É uma produção muito boa” para uma espécie rústica que pode ser cultivada nos mais variados tipos de solo da região semi-árida, especialmente, nas áreas de pousio, além de apresentar a vantagem de ser uma espécie perene.A reunião das características de ser uma espécie altamente palatável, tolerante à seca, com potencial produtivo e nutritivo, torna a pustumeira uma importante alternativa para cultivo pelos agricultores familiares nas áreas dependentes de chuva. Por essas qualidades, pode ser usada como banco de proteínas, com pastejo direto de apenas duas horas por dia, ou ser utilizada nas formas de feno e silagem.

Fonte: Site da Embrapa Semi-Árido.